*EU NÃO SOU CAPITÃO DO MATO!*
Postada, 06 de fevereiro de 2020 às 9h04
Venho do gueto, da favela, da periferia, seja lá como você queira denominar. Não nasci em família abastada, sempre nos insurgimos contra o sistema que nos empurrava para criminalidade e tolerância com a submissão social.
Sou negro, sou pardo, sou branco... SOU SER HUMANO.
Estudei, me esforcei, trabalhei e consegui,com méritos próprios, adentrar a uma das mais respeitadas corporação do Brasil, a Polícia Militar da Bahia.
A Polícia Militar do Estado da Bahia é forjada na época do Brasil imperial, nasceu de um decreto para se tornar patrimônio imaterial dos baianos.
Somos policiais forjados para defender divisas do Estado ou fronteiras da nossa soberania.
A história dos policiais militares baianos está marcada para sempre na formação do Brasil. Lutamos na REVOLTA DOS MALÊS, GUERRA DO PARAGUAI, GUERRA DE CANUDOS, BOMBARDEIO DE SALVADOR, REVOLUÇÕES DE 1930 E 1932 E A INTENTONA COMUNISTA.
Realmente, não sou capitão do mato!
Tenho irmãos de farda que a todo momento e em toda parte desse Estado dão a vida para proteger a sociedade.
Realmente não sou capitão do mato!
Faço parte do Estado que a sua cultura, sua formação e seus órgãos são diretamente relacionados a vinda dos negros. Aqui somos denominados afrodescendentes, não somente pela cor da pele, mas pelos costumes, comidas, religião, roupas, musicalidade e alegria.
Realmente eu não sou capitão do mato!
Aqui, preservamos vidas, mesmo com o risco da nossa própria vida. Realizamos com profunda técnica e experiência a segurança da maior festa popular do planeta. Corporações de vários países realizam estudos das nossas ações como exemplo de boa atuação e prestação de serviço público policial de qualidade.
A Associação de Praças da Polícia e Bombeiro Militar da Bahia- APPMBA, uma instituição sexagenário na defesa de direitos e garantias da classe policial militar, vem a público, REPUDIAR a fala preconceituosa veiculada essa semana por uma jornalista, usando de palavra acintosa contra os integrantes desta, atingindo a sua moral e imagem denominando-os como CAPITÃES DO MATO.