POLICIAIS TAMBÉM SÃO DETENTORES DOS DIREITOS HUMANOS

10/02/2015 às 09:44

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Nós policiais também somos detentores dos direitos humanos, porém não costumamos ver nenhuma manifestação de cobrança por providências e apurações pelo assassinato brutal de 28 policiais em 2014, e os quatro que já perderam a vida este ano. Somos responsáveis pela segurança pública deste Estado e a Anistia Internacional fala em execução, SDH da presidência da república fala em apuração, e a OAB vai na mesma linha. Somos mais de 30 mil e não somos executores, nossa missão principal é a proteção a vida, e temos feito. Essas organizações deveriam estar nas periferias levando dignidade humana aos moradores dessas regiões, que sofrem com as ações e se tornam reféns dos marginais. O que os senhores têm dito às famílias que perdem seus pais, mães e filhos por ações violentas praticadas por marginais? Por que não fazem ações preventivas para que jovens não sejam cooptados pelo crime? Será que é mais cômodo ficar julgando as ações da polícia? Nós também somos pretos, pobres e da periferia, e muitas vezes obrigados a sair do ambiente onde nascemos e fomos criados simplesmente pra preservar a nossa vida e a dos nossos familiares. Somos vítimas desses jovens abandonados pelos direitos humanos, que infelizmente só lembrados quando mortos. Nós policiais priorizamos as técnicas e o objetivo é sempre a condução, mas não tem como conduzir quando se é recepcionado por "jovens" fortemente armados que reagem a abordagem policial. Nós respeitamos a vida como determina a constituição, respeitamos a integridade física, moral e psicológica do cidadão, as liberdades individuais e coletivas, respeitamos todos esses direitos. Nossa missão é defender o cidadão de bem, manter a ordem, mesmo com o risco de nossas próprias vidas. Parabenizo aos guerreiros envolvidos na missão pelo denodo e dedicação em trazer a paz para aquela comunidade. É para isso que queremos uma corregedoria forte, para nos proteger quando estamos protegendo o estado Democrático de Direito. É praxe na polícia militar apurar as ações com final morte, não precisamos ser execrados e sofrer essa pressão por parte das entidades ligadas aos direitos humanos, isso é uma total inversão de valores, uma desumanidade. Roque Santos, presidente da Associação de Praças da Polícia Militar da Bahia - APPMBA